sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

O RESGATE DE JOHN

John é um cachorro tímido. Na casa da minha irmã, onde ele mora, os outros cães sempre festejam a chegada dos donos e visitas dos mais próximos. John, não. Ficava na dele. Até vinha ver quem tinha chegado, mas sem muita extravagância.

No fim da manhã do dia 13 de janeiro, tive de ir até a casa da minha irmã, mandar arquivo por email. Não havia ninguém em casa e percebi que a cachorrada latia desesperadamente. Depois de mandar o email, fui ver o que acontecia lá na rua. Os cães latiam lá em baixo, descendo o barranco, perto da tela.

Estavam lá o Roth (um rothwailler), o Pitoco e o Dunga (linguiças) e a Tuca (raça indefinida). E o John? Havia dois dias que John tinha desaparecido misteriosamente. Pensei que ele havia morrido e os seus companheiros estavam me avisando. Realmente era um aviso, mas não de morte. John havia caída numa fossa de sete metros de fundura. Eu estava sem celular. Era hora do almoço, mas eu abriria mão da refeição para salvá-lo.

E agora? Como tirá-lo de lá? Procurei uma escada e uma corda. Porém, a corda era muito fina e a escada muito curta. Enquanto pensava em uma solução para o resgate, o amigo tímido grunhia e a uivava, pedindo pressa. Lembrei que tinha uma extensão de fio elétrico no porta-malas do carro. Fiz uma laçada e tchan: consegui laçar o cão pelas patas traseiras. Faltava puxá-lo de lá (essa foi a pior parte).

Nunca pensei que um Pastor Alemão pudesse pesar tanto quando suspenso. Depois de cinco minutos, com o animal de cabeça para baixo, eu ainda não havia conseguido retirá-lo da fossa. O fio se enviava para dentro da terra do barranco e dificultava ainda mais o resgate. John se desesperava, mas sabia, de algum modo, que aquilo era uma ajuda e não maus tratos.

Passei a corda na cintura e gastei o que ainda me restava de energia. Os músculos tremiam com a força e o fio deixava vergões que virariam ematomas na parte lateral e superior do fêmur. Amarrei o fio num moeirão e puxei John mais perto do buraco. John estava imundo.

O fedor da fossa me fez perder o que ainda me restava de apetite, mas não pude deixar de dar cinco palmadinhas amigas na lateral da cabeça do bicho sujo e fedido e exclamar: "Aeeee, garooooto! Tá tudo bem agora!".
Na verdade, ainda não estava. John precisa de água e comida. Bebeu e comeu a vontade, depois me olhou com ares de agradecimento. Agradece até hoje. Depois daquela feita, cada vez que chego na casa da minha irmã, ele é o primeiro a me receber, com uma faceirice de guri.
Naquele resgate, perdi o almoço e machuquei o quadril. Mas ganhei um coração canino de eterna gratidão. Valeu a pena! Eu poderia ter voltado pra casa e chamado os bombeiros. Mas o sentimento de compaixão pelo ser canino me dizia que não havia tempo suficiente. John entendeu assim também.



Urgel Souza é jornalista formado pela Universidade de Santa Cruz do Sul. Um
contador de histórias, que gosta de belas fotos, d
e natureza, de animais (com exceção de gatos); que valoriza os momentos simples da vida; amante da música e da cultura em geral; e que, às vezes, arrisca algumas frases de efeito baseadas em emoções e nostalgias.
Conheça mais acessando o blog http://urgelsouza.blogspot.com/

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

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segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

O SOFRIMENTO ANIMAL - SOB A ÓTICA ESPÍRITA - Parte 1

PERGUNTAS RESPONDIDAS POR MARCEL BENEDETI.


"O sofrimento, nos animais, é um trabalho de evolução para o princípio de vida que existe
neles; adquirem por este
modo os primeiros rudimentos de consciência." (Léon Dennis)

Uma das cenas mais cruéis que observamos contra os animais são aquelas em que matam os touros aos poucos e sob os aplausos da multidão. Isso demonstra que os países envolvidos nessas práticas são menos evoluídos?

R: Nós somos seres em estágio evolutivo atrasado e ainda nos divertimos com espetáculos de

sangue. É a herança do animal predador de antigamente que ainda vive em nós. Estamos em graus diferentes de entendimento e por isso há os que ainda se comprazem em assistir a estes espetáculos abomináveis e há os que não suportam ver algum animal sofrendo. No entanto é temerário dizer que esse ou aquele país é mais atrasado ou mais adiantado espiritualmente. Não podemos dizer que uma nação toda é mais adiantada ou mais atrasada em função da análise de um único aspecto de sua cultura. Cada país é constituído por pessoas ou indivíduos e cada individualidade é acompanhada de sua personalidade. Creio que não são todas as pessoas que se divertem vendo o sofrimento de animais na arena, mas os que veem nisso uma forma de divertimento não são diferentes daquelas que viveram há séculos ou milênios na Roma antiga e se divertiam ao assistir gladiadores morrendo em lutas sangrentas. Isso demonstra uma defasagem evolutiva que necessita de maior elaboração individual.

"O sofrimento é de modo geral, como agente de desenvolvimento, condição do progresso." (Léon Dennis)

. Você escreveu em seu livro que os animais se desligam facilmente de seus corpos físicos quando são atingidos por algum sofrimento que possa levar à morte, sem dor. Essa informação não seria
um estímulo aos que não gostam dos animais, já que, acreditando que não sintam dor, poderão maltratá-los ainda mais?

R: Creio que haja algum mal-entendido sobre este assunto, pois não é este o intuito da informação: este mecanismo de desligamento automático também pode acontecer conosco, os humanos. Há poucos dias assisti a um documentário que falava sobre sobreviventes de acidentes graves. Eles, os sobreviventes, contaram que passaram por situações semelhantes, isto é, ao se verem diante da possibilidade de morte iminente, desligaram-se do corpo físico, assim que aceitaram a impossibilidade de sobreviver, e viram-no a distância, como se já não fizessem mais parte da realidade do mundo físico, sofrendo menos quando chegasse o momento derradeiro. Parece-me que este mecanismo é comum aos animais de modo geral. Não podemos esquecer que somos animais também. Se alguém usar este argumento para maltratar animais, significa que o faria do mesmo modo se não soubesse deste mecanismo de defesa do corpo e do Espírito.

É importante que este mecanismo somente é ativado em situações em que há a possibilidade de morte rápida. Quando o sofrimento é constante e lento, este mecanismo não é ativado e a dor é

perceptível e persistente até o momento da morte. Neste caso o animal morrerá sofrendo.

"Todos os seres têm de passar por ele (sofrimento).
Sua ação é benfazeja...mas somente podem compreen-
dê-la aqueles que sentiram seus poderosos efeitos."
(Léon Dennis)

Ouvi dizer que os animais não sofrem e que são retirados de seus corpos antes de sofrerem. Isso é verdade?

R: Os animais, assim como nós, possuem sistema nervoso que serve para fornecer informações sobre o meio ambiente em que está. O sistema nervoso é para nós e para os animais, entre outras finalidades, um instrumento de sobrevivência. A dor, que é uma interpretação deste sistema corporal, serve para indicar a presença de perigo ou risco à sua sobrevivência. Quando sentimos, por exemplo, uma dor aguda na pele, isso indica que há, talvez, algo encravado nela. Este aviso de dor serve para tratarmos de retirar o que estiver incomodando e causando algo que o corpo entende como desequilíbrio. Ao pegarmos um objeto quente demais, o largamos, antes mesmo que nosso cérebro, que percebe ações conscientes, possa saber a temperatura perigosa. É uma ação instintiva de defesa do corpo contra injúrias causadas pelo ambiente. Por serem mais primitivos do que nós, os animais apresentam maior sensibilidade, ou mais instintos, quanto à presença do perigo. Portanto sentem dor. No entanto quando o corpo é acometido por algo que o atinja de modo rápido, fulminante e que permita que ultrapasse o limiar da dor perceptível ao cérebro, o mecanismo de separação entre o corpo espiritual e o físico é ativado automaticamente e o corpo sutil acaba sendo lançado, como se fosse por uma catapulta à distância do corpo físico para amenizar o sofrimento e evitar dores desnecessárias.

Assim como ocorre conosco, os animais possuem outros mecanismos que visam amenizar as dores físicas. Quando nós assustamos, uma grande quantidade de adrenalina, que é um hormônio ligado aos atos instintivos, é lançada na corrente sanguínea provocando uma diminuição do calibre dos vasos periféricos (da pele), fazendo diminuir o sangramento e a dor na área afetada. Por isso as pessoas dizem que no momento do acidente não sentiram nada e somente perceberam a extensão das lesão depois que "o corpo esfriou", ou seja, depois que a adrenalina saiu da circulação.

"A dor e o sofrimento são duas extremidades das sensações.
Para suprimir uma e outra seria necessário suprimir a sensibi-
lidade." (Léon Dennis)

. Quando vejo um animal na rua abandonado penso: "Que São Francisco de Assis tenha piedade de você". Será que isso ajuda?

R: Deus e Espíritos elevados como na figura de São Francissco têm piedade de todos os seres independentemente de nós pedirmos para que façam isso. Desejar que os Espíritos prestem auxílio aos animais necessitados ajuda, mas o maior auxílio, já que o sofrimento é físico, vem de nós que poderíamos prestar um socorro a estes que nos surgem à frente. Se encontrarmos animais e pessoas sofrendo pelo caminho, não é por acaso, pois o acaso não existe, é porque há uma necessidade de que ajamos em favor deles. Não podemos pedir que os Espíritos façam a nossa parte, porque cabe a eles cuidar da questão espiritual e a nossa parte é prover-lhes as necessidades físicas, alimentando ou medicando da melhor maneira possível. Se não há condições para isso, ao menos lhes dê o seu carinho.

Alguém pode dizer que não poderia sozinho melhorar o mundo e que sua ajuda insignificante em nada ajudará. É um engano pensar assim. Lembre-se daquela história de um senhor que andava pela praia atirando de volta ao mar algumas estrelas do mar, pois o sol já nascia e aquecia a areia. Uma pessoa que passava e o viu, disse:

"Não percebe que são milhares delas pela praia? Não fará diferença devolver somente algumas ao mar". O senhor respondeu sem parar de atirar os animais de volta ao mar: "Para este faz diferença, e para este também, e para este outro também, e para este outro também ... ". Em seguida estavam os dois atirando os pequenos seres de volta ao mar.

"Ambos são necessários à educação do ser, que em sua evolução
devem experimentar todas as formas ilimitadas, tanto do prazer
quanto da dor." (Léon Dennis)