quarta-feira, 1 de setembro de 2010

UMA HISTÓRIA REAL E EMOCIONANTE... OU COMO O AMOR PODE TRANSFORMAR OS ANIMAIS...




Já ouvi falar que o AMOR modifica as pessoas. Mas, não tinha noção de quanto esse sentimento pode também modificar os animais.
Meu marido trabalhava numa empresa de alimentos, e como a indústria era muito grande, e ao lado de uma favela, volta e meia apareciam cães perdidos por lá, o que não é permitido, e eles então eram levados para o Canil Municipal. Muitos cães, por sua beleza, ou simpatia foram adotados pelos caminhoneiros que ficavam estacionados na frente da empresa, esperando serem chamados para fazerem transporte das cargas.


Entretanto, meu marido reparou que havia um cão de olhar doce, muito maltratado, cujo rabo estava quebrado (isso nós vimos depois), muito magro, e que não despertava simpatia por ninguém. Ele passou a alimentá-lo do lado de fora da empresa, e no 3.dia não resistiu e o levou para o nosso veterinário de confiança, onde ficou para tomar banho, vacinas e finalmente o trouxe para casa. NOTA: nós moramos cerca de 1h30 da empresa onde ele trabalhava.
Eu quase enlouqueci, pois já tínhamos 3 cães em casa (yorkies), e mais um seria um trabalho enorme, até porque é um cão de porte médio, e que além de tudo, tinha um distúrbio: quando contrariado, passava a rodopiar em torno de si, tentando morder a pata... E isso tudo em meio a latidos e rosnados de meter medo a qualquer um.
Ou seja, não era um cachorro manso, como meu marido havia dito... Não sabia andar de coleira, e se puxado, dava estes ataques em plena rua, fazendo com que nossos vizinhos todos olhassem de cara feia para a gente. Perseguia gatos, e tentava atacar todo cão que via pela frente.
Tentamos a ONG CONSCIÊNCIA ANIMAL que existe em nossa cidade, e que abriga cães abandonados. Porém, o sítio estava lotado, como era de se esperar. Fiz amizade com a responsável pela ONG, uma pessoa abnegada, que dedica seu tempo ao bem-estar dos animais. É um anjo sem asas (pelo menos, não que eu as tivesse visto!). Esta ONG nos encaminhou para um veterinário, que procedeu com a castração e o corte do rabo, que estava quebrado.
A recuperação do BRANCO (colocamos este nome, porque após o banho, o pelo se revelou desta cor!) foi difícil. Ele teve que usar o colar elisabetano (aquelas cúpulas de abajur no pescoço), e mordeu todo o colar. Nesta fase, ele tinha ataques constantes, e nossa sorte é que moramos em um condomínio, que é a segunda casa dos nossos vizinhos, que moram na capital. Então, os mesmos só estão aqui nos finais de semana. Mesmo assim, nestes dias, sofríamos com os ataques do Branco, e os vizinhos tinham medo de passar na frente da nossa garagem (mesmo estando fechada).
Num destes ataques, ele destruiu o colar pós-cirúrgico, e conseguiu alcançar sua própria perna para mordê-la. Meu marido ficou preocupado e tentou segurar sua pata, para evitar que ele a mordesse, porém, o Branco acabou mordendo a sua mão, o que fez com que fosse parar no hospital...
Desta forma, após a sua cura e reestabelecimento, anunciamos a adoção do Branco, sempre explicando sua condição de cachorro abandonado, com problemas neurológicos. Passei a me inteirar sobre o assunto em sites e fóruns de discussão sobre comportamento canino, e comecei a dar ao Branco, gotinhas fitoterápicas para agressividade. Acredito que isso tenha ajudado bastante na sua recuperação como um cão normal.
No início, não conseguíamos nem fazer carinho nele, pois bastava colocarmos a mão em seu dorso, para que ele tivesse um ataque e quisesse se morder. Sim, ele nunca quis nos atacar, mas sim, a si mesmo.
Uma vez, no pátio do condomínio, saímos com ele de coleira e como ele teve outro ataque, a mãe de um dos vizinhos que visitava a filha moradora, e que estava observando tudo falou: -Não sei porque não sacrificaram este bicho! Aquilo me chocou profundamente, mas por ter sofrido tudo o que sofremos, até cheguei a pensar que talvez ela tivesse razão... Minha sogra também estava muito preocupada, até com o bem-estar dos outros cães da família. Afinal, bastava uma bocada do Branco para dar cabo da vida de um yorkie em um segundo...
Enquanto tentávamos uma adoção, fomos aos poucos dando carinho, deixando-o sozinho enquanto tinha os ataques (pois soube que eles fazem isso também para terem atenção - provavelmente, ele foi um cão criado desde filhote sem amor, e que só ganhava atenção do dono, quando este o batia), dando alimentação de qualidade, e dessensibilizando-o, escovando e secando seu pelo, e ensinando-o alguns comandos, como pedir com a patinha, sentar, não pular...
Recebemos algumas ofertas de candidatos a adotarem o Branco, mas sempre achávamos um motivo ou outro para não o darmos em adoção: a família tinha crianças pequenas, o pátio era pequeno, ou próximo de uma rodovia, ou a pessoa o queria apenas para cão de guarda, etc...
E foi um episódio de maus-tratos em nosso condomínio, pelo próprio síndico que chutou várias vezes o Branco e o ameaçou de morte, caso chegasse próximo a sua casa, foi o que nos fez querer ficar com ele para sempre. O Branco costumava sair para fazer xixi no condomínio, sempre de focinheira, pois ele ainda não consegue se relacionar bem com outros cães. Ocorre que o cachorro do síndico, partiu para cima do Branco, e este veio pedir ajuda para mim, chorando, já que estava sendo mordido. Porém, o síndico, como conhecia a fama do Branco, acreditou que era este quem estava mordendo o seu cachorro e na minha frente, começou com chutes e pontapés, ameaçando o cachorro de morte com um facão! O Branco saiu correndo ganindo e foi procurar o apoio do meu marido que estava na garagem entretido, ouvindo o barulho do motor da moto que estava consertando, e por isso não tinha ouvido nada.
Os vizinhos que presenciaram a cena ficaram desconcertados, e eu mais ainda, tanto que não consegui dizer nada a não ser: - Ele está de focinheira, por favor, pare com isso! Mas, depois soube que o ex-síndico tem um problema de auto-controle, e aí entendi tudo. Só não fui fazer um B.O. para não causar mais transtorno no condomínio, mas foi um episódio horrível, que não gosto de lembrar. Graças a Deus o Branco é um cachorro muito forte, e ficou dolorido, mas levado ao veterinário verificou-se por RX que nada houve com ele.
Logo após, houveram outros episódios de brigas de cachorro no condomínio (inclusive com cães muito machucados) porém, tais brigas foram entre cães cujos donos são pessoas civilizadas. Isto provou quem era o animal irracional no condomínio, e apenas um morador atualmente se relaciona com o ex-síndico, com quem tentamos falar logo após o episódio, e para nossa surpresa ele bateu a porta em nossa cara! O incrível é que nós éramos a parte ofendida! E a esposa dele ainda me falou com um tom de sarcasmo: - Também, convenhamos, trazer um viralatas para dentro do nosso condomínio! Como se um viralatas não fosse um cão digno de ser bem-tratado, como se a culpa de tudo fosse o fato dele ser viralatas! Nada falei, porque achei o comentário tão descabido que nem valia a pena retrucar.
Graças a Deus tivemos apoio de todos os moradores, e desde então, decidimos que o Branco era nosso e ponto final.
Hoje, 1 ano e meio depois que meu marido o trouxe para casa, ele pede carinho, dá a barriguinha, chora para entrar na sala, quando fica bem feliz deitado no tapete em frente a lareira, e sai para passear com meus outros yorkies normalmente na rua.
Não lembro quando foi a última vez que teve um ataque, e se está chovendo e ele sai para fazer xixi na rua, quando volta, fica esperando que sequemos seu pelo, todo feliz abanando o coto do rabo.
Não vivo mais sem o meu Gordo! Ele era tão magro quando chegou, porém a castração e a boa alimentação fizeram com que ficasse um tantinho assim acima do peso.
Agora só falta nos mudarmos para uma casa com um terreno só nosso, para que nossa felicidade seja completa. Tudo em benefício do Gordo! Um integrante da família que conquistou o seu espaço, pela mudança de comportamento, que julgamos ser única e exclusivamente fruto do AMOR e PACIÊNCIA que dedicamos a ele.
Silvia Figueiredo
Gramado-RS

Abaixo assinado em respeito e defesa da vida animal !

Gostaríamos de agradecer, em nome dos animais, pela imensa colaboração em prol do Código Federal de Bem-Estar Animal. Já passamos de 390 mil assinaturas! Precisamos continuar demonstrando a força das pessoas que amam e defendem os animais, pedindo urgência para a aprovação deste Projeto de Lei de autoria do Deputado Ricardo Tripoli, através do abaixo-assinado.

Se você ainda não assinou, poderá fazê-lo agora e contribuir por uma nobre causa em Defesa da Vida. Se você já assinou, gostaríamos de agradecer mais uma vez e pedir que nos ajude a divulgar o abaixo-assinado. www.leideprotecaoanimal.com.br

Precisamos de 500 mil assinaturas!
Participe! Traga seus familiares, amigos, colegas!
Os animais não dominam nossa linguagem, não escrevem, não votam.
Nós falamos, lutamos, e temos força para defendê-los!

Pela aprovação do Código Federal de Bem-Estar Animal

Projeto de Lei 215/2007, de autoria do Deputado Tripoli